Classe Hospitalar
"Muito além da sala de aula, mas sempre aula.”
Apresentação
Ao ser hospitalizado, a criança e/ou adolescente encontra um espaço novo, situações desconhecidas, expectativas diárias e são obrigadas a depositar na equipe de saúde e no hospital, as escolhas do que é melhor naquele momento.
Tendo em vista a legislação vigente através da resolução n°41 de 31 de Outubro de 1995, do Conselho Nacional na Criança e do Adolescente, é assegurado os direitos a educação para crianças e adolescentes hospitalizadas. Dessa forma, os hospitais devem possibilitar as crianças e adolescentes um atendimento educacional de qualidade de forma a contribuir para o desenvolvimento intelectual e pedagógico. Contudo, a escola no hospital é mais um elo com o mundo externo.
O ambiente hospitalar, na maioria das vezes é marcado por dor, sofrimento e morte, causando assim para as crianças e adolescentes, uma ruptura com os laços que mantêm seu cotidiano e produção da existência da construção de sua própria aprendizagem. Através das políticas públicas e estudos acadêmicos, surge a necessidade da implantação da Classe Hospitalar, no qual definimos como um espaço pedagógico dentro do ambiente hospitalar, com propostas educativas para as crianças e adolescentes, que objetiva experiência e vivências de aprendizagem, possibilitando ao professor atuar como ponte entre hospital e a escola, através do acompanhamento didático-pedagógico e curricular da escola.
A Classe Hospitalar foi criada para assegurar as crianças e aos adolescentes hospitalizados, a continuidade dos conteúdos regulares, possibilitando o retorno após a alta sem prejuízos a sua formação escolar. Considera-se o perfil do compromisso que a educação assume com a proposta de resgatar a possibilidade do educando em dar continuidade aos seus estudos conforme expresso no parágrafo 2°, art. 58 na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB n°9.394/96: “O atendimento será feito em classes, escolas, ou serviços especializados sempre que, em função das condições especificas do aluno não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular”.
Diferenciando-se das salas de recreação, brinquedoteca e dos movimentos de humanização hospitalar, a proposta da Classe Hospitalar é o acompanhamento educacional do ensino fundamental ao médio, apoiada em propostas de educação lúdica e recreativa ou de ensino para a saúde.
As atividades pedagógicas desenvolvidas dentro de um hospital favorecem, além da melhor aceitação do ambiente, o vinculo com a vida. A escola para a criança é um símbolo de uma rotina saudável. Sendo assim, o educador deve estimular e enaltecer a sua importância dentro do contexto educativo do investimento e perspectiva de futuro de seu aluno.
Para atuar em Classes Hospitalares, o professor deverá ter a formação de Pedagogo, preferencialmente com especialização em educação especial, e estar habilitado para trabalhar com a diversidade humana e diferentes experiências culturais, saber identificar as necessidades educacionais especiais dos educandos impedindo de freqüentara escola, decidir e inserir modificações e adaptações curriculares em um processo de ensino e aprendizagem. O profissional, ainda precisa de uma formação diferenciada e ter condições emocionais para lidar com as diversas situações existentes nesse ambiente. A área de atuação do pedagogo que trabalha na Classe Hospitalar é ampla tendo seu papel definido pelas varias situações: Físicas. Sociais e Educacionais.
A função do professor da Classe Hospitalar não é apenas ocupar o tempo da criança e do adolescente, mas em estimular sua expressão e elaboração dos sentimentos trazidos pelo adoecimento e pela hospitalização. O professor deve estar no hospital para operar os processos afetivos de construção de aprendizagem cognitiva e permitir aquisições escolares.
O fluxo de trabalho de professor inicia-se por uma anamnese com o paciente e seus pais para o levantamento do seu histórico escolar, seguindo do cadastro com os dados pessoais, de hospitalização e escola de origem para checagem e elaboração de plano de atividades. Ao final de cada aula é elaborado o registro com os conteúdos trabalhados e com outras informações que se fizerem necessário. Após a alta hospitalar, é enviado para a escola de origem, o relatório descritivo das atividades realizadas, bem como do seu desempenho, posturas adotadas e dificuldades apresentadas.
Bibliografia
VASCONCELOS, Sandra Maia Faria. A Psicopedagogia hospitalar para crianças e adolescentes (2001) Direito da criança hospitalizados. Diário Oficial, Brasília, 17 out de 1995. Secção 1,PP.319-320
Diretoria de Ensino Região de Franca
Secretaria de Estado da Educação do Estado de São Paulo